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Sobre a eternidade

Por

Breno “Lobo Branco” Brito

Me perguntaram quanto dura a eternidade. Pensei.

Divaguei que a eternidade se encontra a sinergia entre a passagem real do tempo e a constância do evento ao longo do tempo. Com seus pesos e suas medidas.

Posso concluir agora, ela dura o exato tempo de uma semana útil. Contempla a infinitude dos espaços entre os microssegundos e a ausência Dela ao fim da sexta. Continuar a ler »

Práxis a Ethos

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Entre nos desde a antiguidade

Ou marca maior da modernidade

Moldou o pensamento humano

Magnificando o mundano

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Viajar a ciência precisa

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Certeza que é filha de uma revolução

Talvez não de quando se espera

Mas é mestra do pensar de uma nova era

Maestra de uma nova civilização

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Venha criança

Por

Breno “Lobo Branco” Brito

venha criança, venha brincar comigo,
venha criança, deixe de amargura,
venha criança, entre na floresta escura,
venha criança, venha ser meu amigo.

não tenha medo da escuridão,
os troncos são feitos de marfim,
os frutos pulsam como coração
no ritmo que você pode dançar para mim.

venha criança, venha sorrir comigo,
venha criança, gire de forma macabra,
venha criança, limpe a lagrima amarga,
venha criança, venha para longe do inimigo. Continuar a ler »

Amarga Lonjura

Por

Breno “Lobo Branco” Brito

A distância é a razão da desgraça da vida,

Há nela uma tristeza sem igual,

O nutrir de um querer suicida,

A iminência da dor, como no brilho do punhal.

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Quebra-cabeças da Vida

Por

Breno “Lobo Branco” Brito

Antes mesmo de nascer fui dividido em milhares de peças. Vários pedaços que formariam uma figura coerente e coesa estariam, depois do meu primeiro choro, espalhados pelo mundo. Pedaços estes que completariam a figura do que eu deveria ser. Um montante que ao final fará sentido.

Aos poucos vou coletando-os e, dessa forma,  completando a figura do que a vida representa e espera de mim. Ao encaixá-los, tudo vai fazendo sentido e mostrando um proposito mais pleno do que posso significar. Aos poucos vou percebendo o proposito nas interações entre as peças e sobre a concepção de futuro e decisões tomas. Nem todas as peças encontradas pelo caminho são perenes e úteis ao jogo como um todo. Algumas se perdem no tempo e espaço e nunca mais são encaixadas no mosaico que são destinadas, quase que ao acaso. Mas as novas tendem a formar uma figura coesa, mesmo levando em consideração os espaços vazios. Estas formam um esboço do que se esperar e onde se basear para as próximas peças. Sejam elas frias e insossas ou quentes e vivas.

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Por

Breno “Lobo Branco” Brito

 

 

 

Infelizmente, eu, como todo mundo, vi a nova pesquisa do IPEA (instituto de pesquisa econômica aplicada, ou algo assim). Tive dois anseios imediatos. O primeiro foi controlar o reflexo de vômito. O segundo, foi pensar “Caralho, como podem? eu não sou assim”. Como eu poderia ser assim? Sou “comunista”, prezo pelo controle do estado pelo trabalhador, pela igualdade social, ou seja, pela igualdade de gênero dado empoderamento das mulheres (cis e trans*), pela igualdade racial, pela igualdade em qualquer sentido amplo e restrito quanto a acesso a educação, saúde, segurança, trabalho e pelo fim da exploração do ser humano pelo ser humano. Então, como EU, poderia me ver como um dos ~65% de “brutos” que acham que mulher com roupa curta está pedindo para ser estuprada? JAMAIS‼!

Não poderia aceitar que sou nada mais, nada menos que um monstro. Uma fera que ataca aquelAs em situação vulnerável e que justifica esse ataque dado o comportamento dessas pessoas. Não basta tratar mulheres como pedaços de carne, tenho que fazer por merecer e atacá-las, tal um troll esfomeado frente a um casebre abandonado. Mas, eu não sou um troll, não é mesmo? Mas eles são 65% da população. Dado os critérios da amostragem, eu poderia dizer (assumindo os riscos ao extrapolar uma amostra à população total) que são 130 milhões de pessoas aqui no Brasil que concordam com isso. E eu faria parte do resto, o resto civilizado, cheiroso e minimamente humano. Assim como todo mundo se diz ser, não é mesmo?

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Medo

Por

Breno “Lobo Branco” Brito

A mente teima em funcionar de forma hermética,

Por isso sempre verá um padrão no universo.

Mas, as vezes o todo se faz ver de forma errática,

E a racionalidade foge frente ao jogo perverso. Continuar a ler »

Desejos

Por

Breno “Lobo Branco” Brito

                Por mais estranho que pareça o efreet apareceu naquele exato momento. Era alto e belo. Sua pele negra, marcada com escritos rubros reluzia contra a parca luz que adentrava o recinto. Seus olhos eram de um amarelo esverdeado, e observavam avidamente o homem a sua frente. Observava seu trabalho e sua tenacidade.

Sorriu um sorriso alvo e bem delineado.

– Por que bates contra a parede mortal?

O homem tomou um susto, estacando o soco. As suas mãos sangravam e seus ossos doíam.

– Não sei quem és tu criatura. Mas bato porque a dor das mãos me impede de sentir a dor de ser quem sou. – e voltou a socar a superfície dura e manchada a sua frente.

O gênio malicioso o observou por mais alguns instantes. E sentiu no ar a frustração do jovem em ser quem era. Suspirou e murmurou palavras que mudaram as linhas telúricas do mundo.

Tempos depois um homem alto, belo, de pele escura e tatuagens vermelhas fogo chegou na velha academia de boxe. Pendurou ali um surrado, mas resistente saco de areia. E nunca mais o homem de mãos quebradas teve que lembrar quem era.

Era feliz sendo socado diariamente.

Desculpas vazias

Por

Breno “Lobo Branco” Brito

 

A pessoa entrou na casa. Tinha uma cópia da chave. Nada demais. Afinal, tinha deixado ali alguns de seus pertences que ia voltar para buscar, e sabia que a dona da casa pretendia viajar nos dias que viriam. Entrou sem cerimônia, e sentiu um clima diferente. A casa estava fechada em um breu anormal, além de um cheiro estranho de canela (que logo identificou vindo das grossas velas acesas no corredor da entrada) e um cheiro mais sutil, como se fosse o odor de algo podre. Um cheiro fraco, mas que lembrava degradação, perda e morte.

Pendurada a sua frente, presa por um fio de náilon, onde antes havia uma placa com uma frase engraçada, havia uma carta. Ela começava com letras garrafais e bem desenhas, dizendo “LEIA AGORA!” e continuava assim:

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